Mentira – Verdade na Mente de Quem Fala.

No dia 1º de Abril é comemorado O Dia da Mentira e torna-se quase impossível encontrar alguém que não tenha contado uma "pequena mentira pelo menos uma vez na vida, seja por erro, para sair de uma situação embaraçosa, para evitar problemas na família, no trabalho, na amizade, nos relacionamentos e, até mesmo,  para se sentir aceito por um determinado grupo. 

A mentira pode ser descrita como uma verdade que deixou de acontecer, mas vale lembrar que, realmente, a grande diferença, está em quem a usa, para que a usa, a frequência com que a usa e as consequências para a própria pessoa e para quem ela mentiu!

Mentira é o nome dado as afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros. O ato de contar uma mentira é "mentir", e quem mente é considerado um "mentiroso". — Wikipedia

Há alguns tipos de mentiras que são consideradas aceitáveis, desejáveis, ou mesmo obrigatórias, devido a convenção social e são vistas como uma categoria menor de mentira, no entanto, uma minoria de pessoas as vê como mentiras maliciosas.

O fato é que a maioria das pessoas participa de tais mentiras convencionais, e não aplica a desaprovação moral costumeira em relação às mentiras em tais situações. Parece extremamente improvável que a mentira seja algum dia inteiramente eliminada da política ou da diplomacia, da mesma forma que não é possível removê-la da Guerra que essas atividades são, em última instâncias, criadas para ajudar a impedir de ocorrer.

As mentiras começam cedo. Crianças pequenas aprendem pela experiência que a mentira pode evitar punições por más ações. De maneira complementar, existem aqueles que acreditam que as crianças mentem por insegurança, e por não compreenderem a gravidade dos seus atos "escapam da responsabilidade apelando para a mentira".

Alguns vêem que as crianças —  como um todo — têm maior tendência a mentir do que os adultos. Outros defendem que a quantidade de mentiras permanece o mesmo, mas os adultos mentem sobre coisas diferentes.

Mas, com certeza,  a mentira de adultos costuma ser mais sofisticada, e de consequências maiores do que as contadas por crianças. Boa parte desse julgamento depende se a pessoa conta inverdades diplomáticas, insinceridade social, retórica política e outros comportamentos adultos que são tidos como mentiras.

A mentira muitas vezes é uma verdade na mente de quem a fala, ou seja, o indivíduo cria na mente e exprime como verdade aquilo que ele acredita ser verdade, de acordo com seus dogmas.

Os motivos que levam o homem a mentir, vão desde insegurança, autoestima ferida, medo de lidar com os sentimentos de perda, rejeição, abandono e até a repetição de um comportamento aprendido quando criança —  mentir para não magoar o outro e, por que não dizer, o medo de ser ela mesma.

De fato, não importa o tamanho da mentira e nem os motivos que levam uma pessoa a mentir, a pessoa mentirosa passa a ser vista com desconfiança e perde a credibilidade, o que fatalmente gerará uma mudança radical em sua vida.

Existem pessoas que afirmam que é mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa Grande Mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez.

Por outro lado outros acreditam que é possível identificar um mentiroso por meio de seus gestos e olhares, mas segundo a psicóloga Denise Gimenez Ramos, da PUC-SP, isso só funciona quando quem mente não está habituado a mentir. Os mentirosos convictos são treinados e a mentira vira verdade para eles. Dá para notar quando um honesto mente. Já o mau-caráter não”, diz.

Segundo Denise, o mentiroso compulsivo geralmente é muito inteligente, e tem problemas de autoestima, sentimento de inferioridade. “Ele não tem muita autoconfiança e quando engana as pessoas sente-se mais forte”, completa.

A psicóloga paulista Olga Tessari afirma que há vários motivos que levam um sujeito a não dizer a verdade. “Há os que mentem para mostrar status diante dos colegas, evitar sofrimento, não ser punido ou não causar sofrimento a outros.” O problema, segundo ela, é quando o mentiroso vive em função das suas inverdades. “Ele sofre para evitar que a mentira seja descoberta, cria situações e outras histórias para sustentar e se torna vigilante contínuo de si mesmo.”

Mentir é esconder a dificuldade em lidar com as próprias frustrações, assumir os próprios atos e suas consequências.  O homem ao dizer a verdade, corre o risco de destruir a idealização,  pois não está preparado para que alguém o veja como realmente é,  demonstrando assim sua incapacidade para  lidar com os sentimentos  de medo, perda e abandono.

Diz o ditado que a mentira tem pernas curtas, mas,  desde que nos conhecemos por gente, ouvimos dizer que a mentira “não tem pernas curtas”, mas sim “nariz comprido”. Ah, você está rindo… é só lembrar o que aconteceu com o boneco Pinóquio —  personagem do grande clássico da literatura infantil, lançado pela Disney — que como castigo, toda a  vez que faltava com a verdade, seu nariz crescia e denunciava a farsa.

Isto nos leva a dizer que, popularmente,  existem, entre outros,  dois tipos de mentira: as de “pernas curtas” que não alcançam o objetivo e as de “nariz comprido” que sempre acabam denunciando a farsa.

Mas se Pinóquio representa uma referência para as crianças como significado das mentiras e da internalização das regras, como ficam os adultos? Deveria também ser assim? Quem sabe!

Mas, fica a pergunta: É o narcisismo que nos faz acreditar que “tudo nosso” é o mais triste, o mais injusto, o mais doloroso e o mais cruel, justificando assim a necessidade de “mentir”  para encobrirmos nossa incapacidade de lidar com nossas debilidades?

A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho… — Friedrich Nietzsche


Mentira – Verdade na Mente de quem Fala.
Fonte: Wikipedia,  Livro A Mentira de José Outeiral, e Psicologia.pt. 
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